João Paulo II, més que un Papa
Beatificado em primeiro de maio de 2011, João Paulo II não se destacou somente pela luta contra o comunismo e pela suas homilias contra o preservativo.
Ele foi também goleiro, sócio do Barcelona e membro de honra de vários clubes. Um amante do esporte.
Não é a toa que o chefe da Igreja Católica Romana entre 1978 e 2005 foi apelidado de Atleta de Deus. Ainda menino, no início dos anos 30, Karol Wojtyla era goleiro nas ruas de Katowice, na Polônia, lugar de nascimento do carismático Papa.
Os biógrafos afirmam que nestas peladas o papa formou sua identidade com o judaísmo. São lembranças de Jerzy Kluger, jovem judeu que vivia com dificuldades em uma cidade essencialmente católica: “Não havia muitos judeus naquele lugar, então alguém tinha que jogar no time dos judeus para completar o quadro e ele sempre estava disposta a ajudar”, lembrou Kluger, em 2003, numa entrevista à CNN. Torcedor e jogador, o pequeno Karol freqüentava as arquibancadas para torcer para o Cracóvia.
Seminarista durante a guerra, Wojtyla exercia sua paixão com seus colegas de fé. “Ele jogava futebol com outros seminaristas. Ele gostava também de esquiar nas montanhas polonesas. Mas quando ele foi conclamado Papa, ele teve que parar. Eu nunca vi ele bater uma bola durante o seu pontificado. Seria legal mas acho que todo mundo ia ficar com medo de machucar o Papa…” , comentou Robert Serrou jornalista que cobriu todo o seu pontificado.
No entanto, João Paulo II praticava esportes individuais. “Ele ia fazer caminhadas nas montanhas, não muito longe de Roma. Mesmo durante a semana, quase que escondido, para ficar tranqüilo”, comentou Izoard, correspondente do Vaticano.
Proibido de competir, João Paulo II não abandonou a sua paixão pelo esporte, e sempre ficou bem informado em relação aos eventos esportivos. Segundo boatos, ele nunca teria perdido uma final de Copa do Mundo em todo o seu pontificado.
“Ele não era um Papa chato. Quando alguém falava com ele pessoalmente, ele contava um monte de coisas sobre vários esportes. Ele falava até sobre ciclismo, acompanhava o Giro de Itália e o charmoso Tour de France, e conhecia muito bem o assunto. Enquanto que os Papas precedentes eram mais intelectuais e falavam somente de teologia”.
Pouco tradicionalista em relação a este assunto, Papa Wojtyla recebia times de futebol no Vaticano, como a visita do time do Bolonha em dezembro de 1978 (um mês após o sua entronização) onde ele discursou sobre a importância dos jovens na igreja e que acabou sendo motivo de piada mais tarde: “Vocês sabem a que ponto os jovens são objeto de predileção da Igreja e do Papa, que amam encontrá-los para dar e receber entusiasmo e força”. Os padres pedófilos sabem bem disso!
Em novembro de 1982, ele celebrou um missa gigante no Camp Nou para 120.000 pessoas, o que lhe traria a carteira de sócio n 108.000 do Barcelona. Em 1984, no estádio Olímpico de Roma, durante o jubileu dos esportistas, João Paulo II incomodou os conservadores do Santo Oficio que não viam com bons olhos a presença do Pontífice na tribuna. No dia 29 de outubro de 2000, ainda no estádio Olímpico, no novo jubileu dos esportistas, ele assistiu pela primeira vez na historia do papado a um jogo de futebol entre a seleção da Itália e um selecionado de jogadores do mundo.
Ele não deixou de promover os valores cristãos e chamou a atenção dos aficionados do futebol no domingo: “O ritmo da sociedade moderna e de certas atividades competitivas poderiam as vezes fazer esquecer aos cristão a necessidade da participar da missa no domingo. O futebol nunca deixara no entanto de estar presente em sua vida. Um artigo do Guardian publicado em 2005 mostrou que João Paulo II era membro de honra de sete grandes clubes europeus incluindo o Schalke 04 e o seu rival Borussia Dortmund.
“ Varias equipes rivalizavam entre si para que o Papa utilizasse a sua camisa ou cachecol”, lembra Izoard. Nunca soubemos se o Papa torcia pra Roma ou pra Lazio, isso ainda é uma enorme discussão aqui”. Alguns boatos afirmam que o Papa torcia para o Fulham mas ninguém sabe o porque. Já no dia 4 de janeiro de 2005, quatro meses antes de sua morte, João Paulo II reuniu suas forças para dar uma bênção ao Cracovia de sua infância, para celebrar o centenário do clube polonês. Falecido no dia 2 de abril do mesmo ano, Sua Santidade não viria o surgimento da Clericus Cup, uma competição reservada aos padres e seminaristas iniciada no inicio do pontificado de Bento XVI sob a impulsão de Tarcisio Bertone, o primeiro ministro deste ultimo. Um homem que foi acusado de ser pedófilo e também era homossexual, entretanto tinha uma enorme paixão pelo futebol e comentava jogos do Genoa e da Sampdoria pela televisão local quando era Bispo de Genova.
Na edição de 2011, ano da beatificação de João Paulo II, o torneio teve o nome excepcionalmente de “Copa Wojtyla”. Ultima homenagem a um papa esportivo que até morto ajudou os esportistas. Machucado gravemente em um acidente no começo do ano, o piloto polonês de formula 1 Robert Kubica recebeu uma gota de sangue de João Paulo II para ajudar na cura.